segunda-feira, agosto 23, 2004

Untitled - Paixão Ardida

No sombrio verde, passeamos.
Vagueamos pelos caminhos torcidos,
Trepamos pelos rochedos partidos.
Para qualquer lado, verde se vê.
A Mãe de tudo e todos
Lá habita, e tudo nela crê.

Crêem os pássaros que lá voam,
As árvores que lá respiram,
Os bichos que por cima das plantas
De leve e mansinho caminham,
As flores que para o ar atiram
O aroma de Vénus, do Olimpo pagão,
Onde os deuses todos existiram.

E pelo topo do lençol de folhas
Suspenso nos ramos entrelaçados,
Acima dos rochedos espetados,
Dos penedos até ao alto esticados,
O céu se ergue perante tudo.
Em tudo toca, tudo vê,
A tudo fala, todos atinge.
Reino do velho mão de trovão,
Que em tempos deu uma lição
Ao velho pai, frio esfomeado
Dos filhos de seu coração.

Tudo, o seu azul cobre de luz,
De calor, frio e de vida
Tudo, eternamente, até ao fim.
Até o sol, de luz se engordar
E explodir, não ficando mais em seu lugar,
Que uma nuvem de paixão ardida.

1 Comments:

At 11:48 da tarde, Blogger Tiago Ribeiro said...

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